terça-feira, 6 de março de 2012

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Não me importo com as rimas. Raras vezes
Há duas árvores iguais, uma ao lado da outra.
Penso e escrevo como as flores têm cor
Mas com menos perfeição no meu modo de exprimir-me
Porque me falta a simplicidade divina
De ser todo só o meu exterior.

Olho e comovo-me,
Comovo-me como a água corre quando o chão é inclinado,
E a minha poesia é natural como o levantar-se o vento...

                                 Alberto Caeiro
 
 
 
 

     O tema de que vou falar é o divórcio. Não preciso de frases ou pensamentos, nem vídeos ou imagens para ter a minha ideia sobre ele. Para alguns, quando se fala em divórcio, pensa-se sempre numa coisa péssima (o rompimento legal e definitivo do vínculo do casamento civil ), talvez seja uma maneira de o descrever, mas, para mim, o divórcio é muito mais do que isso.
     Recentemente os meus pais tiveram um encontro com esse tal senhor, o divórcio, o que a maioria associa ao início de uma guerra familiar e pessoal, talvez devido a todas as histórias que ouvimos acerca da luta pela custódia dos filhos, entre outras. Na verdade, não é assim tão difícil, ao contrário do que a gente pensa (inclusive eu, desde pouco tempo ), mas também não é fácil, porque, de certa maneira, custa acreditar que os nossos pais, sim aqueles que nos trouxeram à vida, não mais irão mostrar esse afeto um pelo outro. De certa forma é triste ver que nunca mais poderemos estar os três em família, felizes, e desfrutar de tudo de bom que tem. Talvez seja isso a melhor coisa que perdemos, talvez sinta que parte de mim se perdeu e que nunca mais será encontrada, a felicidade interior, aquela que realmente importa... se alguém a vir, talvez ma possa dar? Talvez seja por culpa deste senhor que parece que tudo tem corrido mal, ou talvez sou eu, que desperdiço as oportunidades que tenho para a mudar a minha felicidade e não tenho coragem de as aproveitar. Se calhar é por esse motivo que tenho tido tão fracos desempenhos, tanto a nível escolar como pessoal, ou se calhar sou eu que, despropositadamente, utilizo o divórcio como desculpa para tudo que está a acontecer.
   Tudo aquilo que sou, eu quero dar, e mesmo que não o demonstre, isso não significa que não o queira mostrar. Eu quero me poder abrir ao mundo, mas, talvez, seja demasiado cobarde para o fazer, como se ao dizer tudo aquilo que sinto me pusesse nu, desprotegido de tudo e de todos, e talvez seja por essa razão que não o faça, ou estou novamente a arranjar desculpas para não o fazer.
    Mas talvez nem tudo seja mau no divórcio, podemos perder várias coisas, mas talvez seja o destino que assim o queira, ou talvez as ações das pessoas é que têm uma certa causa. Talvez no divórcio esteja uma janela aberta, uma oportunidade inteiramente à minha disposição, sem que ninguém a possa agarrar, exceto eu. Talvez nessa oportunidade esteja um futuro de uma vida melhor, mais saudável, não no sentido físico, mas sim no sentido pessoal, que me possa fazer uma pessoa melhor, encontrar a minha felicidade e contribuir para a felicidade dos outros.



Rafael

 

segunda-feira, 5 de março de 2012

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 Ausência


Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua

Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.

Sophia de Mello Breyner Andresen





O dia mais triste da minha vida foi o dia em partiste para terras longínquas e que me deixaste para trás. A despedida foi tão rápida… Nem deu tempo para te dar o último abraço, porém nunca vou esquecer as tuas lágrimas a cair sobre o teu rosto quando me disseste adeus. E, desde esse dia, que nunca mais te voltei a ver.
Esperei meses pelo teu regresso, mas nunca mais voltaste. Tentei seguir com a minha vida em frente. Tentei apagar esse dia da minha memória. Tentei aprender a viver sem ti, mas a dor da tua ausência perturba-me e não me deixa sossegada. Pelo contrário, deixa-me num tremendo sofrimento por saber que não é possível, de maneira alguma, estar contigo.
A ausência de alguém especial magoa, pois parece que estamos sozinhos e a dor que sentimos nunca mais acaba se não regressar. Mas a tua ausência, essa sim, faz com que eu sofra, que fique em desespero e que morra sem esperança para o futuro, porque a ausência de alguém que faz parte de nós faz-nos sentir imensa falta dela. E eu sinto tanto a tua falta…
Só me apercebo que fazes parte de mim e que necessito de estar contigo quando tu estás longe, mas quando tu estás por perto eu não te dou o devido valor, que tu mereces.
Desejo que regresses, que me abraces de novo e me contes as tuas aventuras, mas só o destino é que permitirá que voltes para perto de mim, nem que seja à noite, num dos meus sonhos. Mas eu acredito que vais voltar um dia, porque tu mesmo o disseste, se o destino não fizer cruzar nossos caminhos, noutra vida será ou até mesmo no paraíso, porque eu e tu estamos destinados a reencontrar-nos.
Saber que tu existes é que me mantém forte para suportar a dor da tua ausência!



 MARTA, 11ºA

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O Elogio do Vício
“Admiro os viciados. Num mundo em que está toda a gente à espera de uma catástrofe total e aleatória ou de uma doença súbita qualquer, o viciado tem o conforto de saber aquilo que quase de certeza estará à sua espera ao virar da esquina. Adquiriu algum controlo sobre o seu destino final e o vício faz com que a causa da sua morte não seja uma completa surpresa.
De certo modo, ser um viciado é uma coisa bastante proactivista. Um bom vício retira à morte a suposição. Existe mesmo uma coisa que é planear a tua fuga.”
(Chuck Palahniuk, in “Asfixia”)


"Controlo de vida" 

          Nas sociedades modernas, é de se esperar que cada pessoa viva sobre certos padrões, e regras, e é aí que temos de nos moldar em prol de uma sociedade melhor, para tentarmos ser acolhidos pelo “ Homem comum” e não ostracizados (excluídos). A partir daqui, o Homo sapiens moderno inicia uma campanha na tentativa de controlar a sua vida ao máximo. A meu ver, alguns dos problemas psicológicos que advêm desta tentativa são os que mais assombram a nossa sociedade. É claro que eu digo problemas psicológicos, pois a medicina e a ciência estão cada vez mais perto de atingirem um ponto de utopia (já é possível fazer clones e isso leva-nos para uma pequena ideia de Imortalidade). É claro que, com todo este avanço, algumas coisas regridem e a necessidade de controlar a vida a um ponto quase abismal, tem levado o Homem a sofrer de doenças, tais como: depressão, anorexia, bulimia (entre as faixas etárias mais jovens), o stress, etc. Porém, como é óbvio, existem outros problemas relacionados com a mente humana e com o ambiente a que estamos expostos. Em consequência de todos estes problemas que assombram a sociedade actual e os seus padrões, a aderência ao vício é cada vez maior. É numa desenfreada busca de prazer, controlo de vida e aceitação, que o Homem adere a estes vícios. Por exemplo, um alcoólico, nunca poderá dizer quando vai morrer (assim como ninguém pode), mas talvez ele pense que sabe de que forma vai morrer. Em consequência do seu vício, o mais provável é que este alcoólico pense que vai morrer de problemas relacionados com o fígado, por exemplo, e na minha opinião, isto dá-lhe um certo controlo sobre a morte. Digamos que esta minha pequena ideia, iria logo divergir em duas opiniões completamente diferentes, e seria entendida, também, por dois tipos de pessoas diferentes. As que são contra qualquer tipo de vícios, provavelmente, pensariam que isto é uma completa estupidez, sem qualquer tipo de nexo. Em contrapartida, as outras iriam é, provavelmente, adorar este ponto de vista, pois agora teriam um argumento mais plausível para tentarem “ justificar “ os seus vícios. A meu ver, é completamente irrelevante tentar perceber se é certo ou errado, possuir ou não vícios. Eu apenas acho que o problema está nos altos padrões da sociedade, que somos quase que obrigados a respeitar se queremos ser aceites, e também na capacidade que as pessoas têm para não gostar do que é “ diferente “. É claro que tudo isto é muito relativo, pois nem todas as pessoas são assim e, para além disso, a sociedade de hoje é cada vez mais incutida a não “estranhar” o que é dito “ diferente “. O que eu gostaria de realçar é que, infelizmente, esta sociedade de hoje vive num paradigma, e, às vezes, o problema pode não estar no seu exterior, mas sim no interior. Se isto for visto de uma perspectiva mais racional, este problema de “padrões e sociedade” já afecta o Homem desde há muitas civilizações atrás e, como tal, irão sempre existir ideias divergentes, idealistas, radicais. Isto realmente não pode ser considerado mau, pois é daí que nasceram e continuarão a nascer líderes natos e pessoas brilhantes. O que realmente sobra destes meus pensamentos, é que não vale a pena viver numa ilusão de sociedade perfeita, até porque essa sociedade perfeita já existe, apenas nos cabe a nós tentar olhá-la por outro outra perspectiva, pois existem sempre duas faces da mesma moeda.



TIAGO BARROS, 11ªA

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"Se você sabe explicar o que sente, não ama, pois o amor foge de todas as explicações possíveis." 
Carlos Drummond de Andrade




" A felicidade, como o amor, só é ridícula antes ou depois de si própria."
José Luís Peixoto






Muitos tentam descrever o amor usando hipérboles e metáforas elaboradas, outros resumem o amor a pouco mais de duas palavras. Não é fácil descrever algo que não tem descrição, tese defendida por aqueles que julgam sentir o amor verdadeiro.
 A descrição do amor, para mim, é a condenação de Sísifo. Quando julgo ter atingido o seu significado, apenas consigo observar a futilidade das palavras que usei e sinto-me compelida a começar tudo de novo. A única conclusão a que cheguei, apesar de ser apenas um conceito lato, é a de que o amor, a vida e a morte andam sempre de mãos dadas. Há quem diga que o amor é, por si mesmo, a vida. Porém, há também quem afirme que amor verdadeiro é suicídio. Não sei qual das hipóteses é a mais acertada; a única coisa que sei é que o amor verdadeiro é resistente à realidade, a realidade que muitos indicam como sendo a responsável de todos os males. Ao que os outros chamam de realidade eu chamo de tempo, pois é ele o único capaz de diferenciar o que é verdadeiro daquilo que é apenas uma mera inclinação. Seria de esperar que a felicidade proviesse do amor, porém não podemos ser cínicos e ocultar toda a dor que daí advém, essa dor que nos dilacera vezes e vezes sem conta, sem que nada possamos fazer, pois não é uma dor física e ninguém nos pode ajudar. Talvez o facto de ignorarmos a dor de cada vez que pensamos em amor é porque, em si mesmo, o amor é superior à dor e quando, finalmente, o alcançamos, esquecemos toda a dor que passámos, e que vamos voltar a passar, porque nada é eterno. Podemos tentar erguer muralhas em nossa volta, na tentativa de bloquear qualquer sentimento, mas na verdade não existe muralha que não contenha uma brecha da qual o tempo se encarregará de abrir profundamente, fazendo com que todos os esforços prévios fossem em vão. Nessa altura, o amor entra em cena na nossa vida, tornando a nossa história igual a uma história de amor de Shakespeare e é no seu auge que cai o pano sem direito aos últimos aplausos. Voltamos ao nosso mundo, feridos e desiludidos, jurando nunca mais amar. Porém, no momento em que já não acreditamos nele e nos resignámos que não existe, é quando nos aparece outra vez na nossa vida exigindo total entrega. 
     Amor. Sofremos, lutamos, choramos, sonhamos e perseguimos o amor na procura do sentimento fulcral da vida. Felicidade. Mas, no meu ponto de vista, a felicidade não existe, só existe resignação à condição em que nos encontramos e, mesmo assim, o ser humano nunca se contenta com aquilo que tem, quer sempre mais e mais; tornando assim a resignação curta, compelindo-o a iniciar outra vez a busca pela dita felicidade.
     Se o amor verdadeiro existe, não sei. Neste momento, acredito que tal coisa não exista, acredito que seja apenas um mito que nos permita ter esperança que algo de fenomenal nos pode acontecer, que é o caso de encontrar a alma-gémea. Talvez só tenho esta opinião, porque ainda não encontrei o amor verdadeiro, talvez quando o encontrar toda esta atitude de descrença seja ridícula. Talvez. 


ÂNGELA, 11ºA

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“Enquanto somos crianças temos a nossa própria linguagem, e ao contrário do francês ou do espanhol, ou de qualquer outra língua que comecemos a aprender na escola, com esta já nascemos, e depois podemos eventualmente perder. Toda a gente com menos de sete anos é fluente na língua dos «ses»; convivam com alguém com menos de noventa centímetros e verão. E se uma tarântula gigante saísse daquele buraco por cima da nossa cabeça e nos picasse no pescoço? E se o único antídoto para o veneno estivesse trancado num cofre no cume de uma montanha? E se sobrevivêssemos à picada, mas só conseguíssemos mexer as pálpebras e pestanejar o alfabeto? Realmente não interessa até onde vamos; a questão é que existe um mundo de possibilidades. Os miúdos pensam com os cérebros completamente abertos; o processo de nos tornarmos adultos, já descobri, consiste apenas numa lenta costura para os fechar.”      

Excerto do livro “Para a minha irmã”,  Jodi Picoult.


 
Criança.
     Livre e feliz, põe de parte a responsabilidade e a preocupação e só dá ouvidos à alegria. Corre, mesmo se estiver cansada. Luta, mesmo que já esteja tudo perdido. Criança não desiste, criança não tem limites!
Se perguntássemos aos adolescentes se queriam voltar a ser crianças, eles iam responder que não. Mas se perguntássemos se queriam ser livres, eles iam responder que sim. Qual é a diferença entre ser livre e ser criança? Significado de livre: "que goza a liberdade; independente; salvo; não obrigado". As últimas duas palavras foram as que me chamaram mais a atenção. Não vamos dizer que uma criança é livre porque está salva ou porque não é obrigada, não é a criança, mas sim a sua mente que está salva de preconceitos e estereótipos, pois as crianças têm uma mente aberta, não se fecham só para um lado, não vêm só um caminho. Os que são “obrigados” só podem ver aquela parte, só podem pensar daquela maneira, não são livres.
As crianças vivem noutro mundo, num mundo onde ninguém liga ao amanhã, porque elas vivem o presente, num mundo onde tudo é possível, num mundo onde se ama só porque se ama (não há interesses), num mundo onde a rainha é a Felicidade e o rei é o Infinito (não há impossíveis), num mundo onde a tristeza não existe !
À medida que nos tornamos mais velhos, ao contrário do que achamos, a nossa liberdade vai ficando cada vez mais condicionada, até que chega a um certo ponto em que nós já não amamos só por amar, desistimos antes de lutar, vivemos para o amanhã sem nos apercebemos que o amanhã nunca vai ser o hoje, pois o amanhã do passado foi o hoje e o amanhã vai ser o hoje do futuro.
Mais vale ser ingénuo e feliz do que um sábio e infeliz !   

                                                                                                                                   
ANA SOFIA LOMAR, 11ºA

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"E" e "Se" são duas palavras tão inofensivas quanto qualquer palavra, mas coloque-as juntas lado a lado, e elas têm o poder de assombrá-la pelo resto da sua vida. "E se".. E se? E se?  

Do filme Cartas para Julieta, de Gary Winick, 2010




Toda a gente questiona o facto de e se tivéssemos feito as coisas de outra maneira? E se tivéssemos dito o que era suposto em vez de fingirmos, ou em vez de dizermos uma coisa não verdadeira. E se um dos nossos atos pudesse ter mudado o futuro de alguém? Ou o nosso futuro?
A maioria das pessoas tem medo de agir, principalmente, no que diz respeito ao amor, e prefere ficar a sofrer que ir à luta pelo que realmente quer e depois fica a pensar, quando se encontra naqueles momentos de solidão: e se eu tivesse ido, e se eu tivesse lutado pelo que realmente queria? Se o tivesse feito poderia estar melhor.
Dizem que na vida só há um grande amor, e se por alguma razão o perdermos? Já imaginaste sofreres o resto da tua vida, por saberes que podias ter feito mais e, no entanto, não o fizeste? Saberes que podias ter dito mais uma vez "amo-te" e, em vez disso, teres tido uma discussão: E se eu lhe tivesse dito "amo-te"? Será que ele ainda estaria aqui? E se eu tivesse ido atras dele, será que teria feito alguma diferença? E se eu tivesse corrido o risco? E se… E se..
Vamos estar sempre a pensar no “E se”, pois em todas as escolhas que fazemos há uma que fica para trás, e no futuro iremos pensar, "e se eu tivesse seguido outro caminho"? Vai-nos assombrar para sempre, mas, mesmo assim, não nos podemos conformar, temos que arriscar, ver se ainda há alguma coisa que possamos fazer, pois uma vida sem riscos não é uma verdadeira vida.
E a vida é feita de oportunidades, mas nem sempre teremos uma oportunidade para remediarmos o que fizemos, por isso temos de aproveitar as oportunidades, pois elas não duram para sempre, e se queremos olhar para trás e pensar “ainda bem que eu fui atrás dele, ainda bem que corri o risco”, temos mesmo de correr o risco e não ficarmos parados a pensar no que poderíamos ter feito e não fizemos. Pois não sabemos se o amor de uma vida pode ter uma segunda oportunidade.
Mas a vida é assim, feita de erros, e ainda bem que assim o é, pois os erros fazem-nos crescer como pessoas, e se não tivéssemos cometido erros não seríamos as pessoas que somos nos dias de hoje. E aprendemos que o amor não consiste na nossa felicidade, pois se assim fosse o amor seria egoísta e ele não é, o amor consiste na felicidade das pessoas que amamos, pois, por mais difícil que seja, quando amamos alguém nunca o queremos ver a sofrer, não importa quão doloroso seja para nós, o que interessa é que esse alguém esteja feliz.


BRUNA CASTRO, 11ºA

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Saudades! Sim... Talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como o pão!

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!
  
 Florbela Espanca



     Porque não haverei de ter saudade? Sim o tempo cura tudo…mas não apaga marcas, marcas que ficam gravadas na nossa mente como tinta permanente.
     Sim, ainda me dói ao pensar em ti, naquele dia sei que já passaram 7 meses, mas ainda dói como se fosse ontem, apesar de tudo o que tentas, não é a mesma coisa. Sinto falta das nossas conversas, de tu me contares as tuas histórias, de me dizeres como por vezes as coisas parecem fáceis mas na realidade não são. Sempre me disseste para me esforçar, que a vida não é fácil, que a vida não é para quem não se esforça, sempre me mostraste isso. Ainda me lembro de quando era pequeno e lutava contra o sono, à noite, para poder te ver chegar do trabalho, às tantas da madrugada, só para poder ter um beijo teu. Apesar de não estar sempre presente, porque tinhas muito trabalho, eu sei que ao fim do dia vinhas sempre à minha beira perguntar como me tinha corrido o dia, e és a única pessoa que até hoje, sem eu dizer nada, me conseguia ler, conseguia olhar para e ver através de um sorriso falso. Sabias sempre o que ia dizer e o que queria dizer mesmo sem eu abrir a boca. Sabias sempre o que dizer quando pedia conselhos, e sabias sempre o que eu precisava de ouvir. Sempre  me tentaste proteger de tudo e de todos, tu eras tudo para mim, eras a pessoa em quem sabia que podia contar, o meu porto seguro.
     E por isso é que cada vez que me lembro…vejo as cicatrizes que deixaste na minha vida, por isso é que me custa tanto ter-te longe de mim, ver que com o tempo as feridas que deviam desaparecer aumentam, por isso é que eu, por muito que diga estou bem, não te preocupes…não, não estou bem…sim eu…tenho saudades tuas. 



MIGUEL SALSA,11ºA

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Somebody That I Used To Know   

"But you didn't have to cut me off
Make out like it never happened and that we were nothing
And I don't even need your love
But you treat me like a stranger and that feels so rough
No, you didn't have to stoop so low
Have your friends collect your records and then change your number
I guess that I don't need, that though
Now you're just somebody that I used to know

Somebody, I used to know
Somebody, now you're just somebody that I used to know
Somebody, I used to know
Somebody, now you're just somebody that I used to know"
                                                                                    Gotye

 
     Custa-me acreditar que tudo tenha um fim.
     Dificilmente acredito que a amizade e o amor se possam desmoronar.
     Se fizermos uma breve reflexão sobre o que cada um realmente é, o que envolvem e implicam, concluímos que são muito mais do que palavras que dizemos, diariamente, sem nos apercebermos do seu enorme sentido. Podemos relacionar várias coisas, tanto com o amor como com a amizade - sentimentos, emoções, pessoas... mas apenas uma está na base de ambos: o Tempo. O Tempo que uma amizade demora a ser criada, o Tempo que o amor leva a crescer, o Tempo que os sentimentos precisam para serem nutridos, o Tempo que necessitamos de estar com as pessoas a quem alguma vez, durante a nossa vida, chamaremos de amigos. Durante todo este Tempo vão-se acumulando acontecimentos. Cada um deles envolveu-nos de uma forma tão especial, que ficaram, de imediato, gravados no nosso livro de memórias. E com tudo isto, vamos "elaborando uma lista", onde agrupamos todas as pessoas especiais, aquelas que nos fazem bem ,que nos fazem sentir bem e por quem nutrimos uma variedade de sentimentos. Essas pessoas especiais serão aquelas que iremos rotular de nossos amigos.
     Se despendemos assim de tanto tempo para encontrar tais pessoas, será possível aceitar que alguma vez teremos de descartá-las da nossa vida, por um ou outro motivo? E todo aquele Tempo? Não o havemos de recuperar... e isso é certo! Confiámos nelas tanto Tempo para, de um momento para o outro, nos afastarmos delas e não podermos mais partilhar com as mesmas todas as nossas vivências? Apesar disso acontecer, acredito que cada um guardará sempre em si, e para si, tudo o que foi vivido. Poderá acontecer também que, num posterior reencontro, já nada irá ser igual. As pessoas mudam, e embora possamos achar que continuamos a conhece-las da mesma maneira, não é verdade, haverá alguma coisa nelas que será diferente, mesmo que não nos apercebamos.
     Se é difícil compreender uma "separação" destas, quando nos referimos à amizade, é aceitável afirmar que será mais difícil uma vez que nos referimos ao amor. Visto que, a meu ver, é um estatuto superior à amizade. Não há amizade sem amor, assim como não há amor sem amizade.
     Talvez tu me possas ajudar.
     Ajuda-me a compreender a razão de tudo ter terminado. Já não há gargalhadas para serem dadas ,nem conversas para se ter, porque não há palavras a serem ditas. Até estas tendem a acabar. Estas que eram o único recurso que tínhamos para nos entendermos. Recorri a elas mais do que uma vez, mas recusaste-as,não as quiseste ouvir. Infelizmente,não tenho em mim um Shakespeare para te falar ou escrever acerca do amor com uma simplicidade tremenda e te dizer tudo aquilo que quero da forma mais directa e, por isso, talvez não o consiga mesmo fazer. É verdade que paciência é algo que me falta, assim como, muitas vezes, compreensão.    Mas é ainda mais verdade que o facto de as conversas não existirem se deve a ti, por as teres negado. E aí era eu quem precisava de ser compreendida, e era a tua paciência que estava em falta.
     Não ficou resolvido. Nada ficou resolvido. Até nós não ficamos resolvidos.
     E agora no final o que existe? Atrevo-me a dizer, "nada".
     As frases ditas por um e ouvidas por outro, resumem-se agora a simples e meras palavras, que, por vezes, até me parecem ser forçadas. As largas horas passadas juntos, foram trocadas por poucos minutos invadidos pelo silêncio. Os passeios e caminhadas, reduziram-se à partilha de poucos passos dados em simultâneo. E mesmo as saudações mais comuns como um "Olá", um "Bom dia", passaram a olhares, que por mais que me esforce não entendo o que significam.
    Apesar de saber que guardas e recordas todos os momentos, por vezes coloco isso de parte, e apenas consigo achar que já te esqueceste de tudo isso e de como eu também fazia parte da história. Posso estar a exagerar ao dizer que me descartaste do teu meio, mas, meu bem,para mim é a resposta que mais aprovo.
     A maior das verdades é que mudaste. Mudaste em relação a mim. Apercebo-me perfeitamente que para com os outros continuas o mesmo, mas comigo mudaste, e espero saber o porquê. Julgava que te conhecia! E na realidade, conhecia... Conhecia a pessoa que eras, aquele que esteve comigo, o amigo que foste. Agora, não me posso referir a ti como um amigo, nem tu a mim da mesma forma. Já não há amizade para haver amor, nem há amor para haver amizade. Mudaste... Para mim passaste a ser, apenas, alguém que eu julgava conhecer.



CAROLINA, 11ºA

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“É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que com a ponta da espada”
William Shakespeare



Sorri…

Vários são os exemplos de pessoas que, por algum motivo, frustração, incapacidade ou insegurança, tentam alcançar aquilo que querem recorrendo à força ou de alguma maneira que não é a mais correcta. Eu, pelo contrario, prefiro obter as coisas de uma forma mais simples, com um sorriso apenas.
William Shakespeare partilhava da mesma opinião que eu, e numa frase resumiu tudo aquilo que eu disse até agora, e disse aquilo que para muitos é o lema de vida a seguir, que leva a que as pessoas sorriam acima de tudo, e por muito que queiram uma coisa, a conquistem da maneira mais correcta, não recorrendo à violência ou ameaças.
Pela minha experiência, que até pode não ser muita, mas que já me ensinou muitas coisas, chego à conclusão que viver a sorrir é o melhor remédio. Já tive muitos problemas e ao longo do tempo aprendi que, por mais dolorosa que seja a realidade desses problemas, encará-los com a maior positividade possível é a melhor solução, por isso é que todos os dias tento sorrir ao máximo, e alegrar aqueles que me rodeiam, pois por mais insignificante que seja para algumas pessoas, para outras tem um valor sentimental impossível de descrever. Falo por experiência própria, porque neste mundo existem pessoas a quem uma simples palavra faz com que fique paralisado: um simples gesto ou um simples olhar faz-me ganhar o dia, e um simples sorriso faz-me o homem mais feliz do mundo. Podia sorrir apenas por interesse, mas o meu desejo ao realizar este gesto não é conquistar miúdas, nem é ser interesseiro, como já tinha mencionado, mas sim para obter a felicidade, e aconselho a todos que a obtenham da mesma maneira que eu, mesmo tendo que quebrar regras e contornar obstáculos, pois como dizia Bob Marley, “se você obedece a todas as regras, acaba perdendo a diversão”.
Dito isto, no futuro até posso ser mal sucedido na vida, posso nem cumprir os meus sonhos e até posso viver nas mais míseras condições, mas na hora da minha morte saberei perfeitamente que aproveitei a minha vida ao máximo, tive os melhores amigos a meu lado, sorri a cada segundo que passava, mas, acima de tudo, vivi com a maior das alegrias possível.



RAUL PEIXOTO, 11º A

domingo, 4 de março de 2012

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Quero dormir!

“Novas tecnologias ajudam a resolver um dilema da vida moderna: dormir mais e melhor.  É possível dormir melhor com US$ 0,99 e um iPhone.” 


2012. Ano problemático em muitos aspectos…. está a aproximar-se o fim do mundo, segundo dizem, mas para a maior parte dos portugueses o preocupante é o fim do mês. Não vos venho falar das injúrias cometidas pelo governo, ou dos cortes que nos têm feito, não, isso seria incorrecto da minha parte, falar de alguém que apenas nos está a ajudar, assim, vamos começar a apreciar muito mais a vida, só iremos ter satisfações, pois nada pode ser pior que isto.
Venho, sim, sensibilizar-vos para um aspecto muito mais interessante e de elevadíssima importância. O sono. Sono é um estado ordinário de consciência, complementar ao da vigília em que há repouso normal e periódico, caracterizado, tanto no ser humano como nos outros vertebrados, pela suspensão temporária da actividade perceptivo-sensorial e motora voluntária.
Actualmente, para muitos portugueses, é ligeiramente complicado organizar o tempo, e eu fiz questão de o organizar: 50% a trabalhar, 20% a barafustar e os restantes 30% para ver televisão, ir às compras, comer, entre outras coisas, conclusão, uma rotina muito atribulada. Mas, entre tudo isto, quanto tempo nos resta para podermos imergir noutro mundo? Onde tudo é possível, onde fazemos mil e uma coisas sem sair do sítio, relaxando os nosso músculos, conhecendo lugares novos, sendo aquilo que nunca conseguimos ser…. Pois bem! Este é o problema, o clímax de todos os processos envolventes no sono é, pelo que li, quando sonhamos, o que acontece no REM (Rapid Eye Moviment). Mas para quê utilizar “linguagem” científica? As coisas têm que ser ditas de forma clara para não andarmos aqui às escuras. Nos últimos anos, o tempo médio de sono tem reduzido e muitas pessoas já pensam na ideia de trocar certas coisas que eram imprescindíveis a algum tempo atrás por umas horitas de sono…Será que isto significa que estaremos a ficar preguiçosos? Estaremos a ficar sem objectivos na vida? Ou, simplesmente, precisamos de dormir e não temos tempo, ou o stress já é bastante?
Pois isto assusta-me imenso, tantas perguntas, tantas respostas, mas nenhuma me deixa dormir.
Se é verdade que “O sono comanda a vida”, então nada tenho a apontar ao facto de dormirmos menos, visto que alguém se tem encarregado de nos controlar e comandar na nossa vida. Então o sono já não tem papel algum nos nossos dias... mas isto não é assim tão simples.
A falta de sono traz muitas maleitas para a nossa saúde, somos ainda mais rabugentos, damos muita mais despesa ao estado, pois ficamos mais susceptíveis a depressões, diabetes e, principalmente, o nosso trabalho (para quem ainda o tem) não é realizado de forma correcta e produtiva. O trabalho é um grande gerador de stress, e a falta dele? Se eu estiver correcta, então estamos arruinados… respiramos stress.
Eu tenho a solução para tudo isto. Por mais que nos faça confusão a utilização de aparelhos electrónicos (ou não) e, logo nós, que actualmente nem somos dependentes desses bichos com fios, ou sem eles, caso sejam mais modernos, desta vez teremos que dar o braço a torcer. Sleep Cycle é a solução. Um software muito inteligente que substitui o despertador ou a nossa mãe (que é o meu caso), programamos para a hora pretendida e colocamos o telemóvel, ou outro aparelho qualquer, debaixo da almofada e dormimos, que ele se encarrega de nos acordar. A diferença entre este software e a nossa mãe, ou o nosso despertador, é que poderemos com ele acordar bem-dispostos, pois não somos acordados a meio de um sonho.
Com isto venho pedir-vos para serem mais pacientes quando não são atendidos, seja em que estabelecimento for, como pretendiam, o mais certo é essa pessoa estar com problemas de sono, sejam pacientes, falem-lhe do sleep cycle.
Esta palavra tão pequena que é o sono é uma dor de cabeça enorme e pode ser a causa de muitos aspectos menos positivos…. deduzo eu que o facto de Portugal apresentar uma elevada taxa de obesidade infantil se deve ao facto de a juventude querer aproveitar tanto a vida que nem quer dormir e depois é o que se vê…E tudo isto porquê? Ora, porque estes bichinhos electrónicos olham para nós com uns olhinhos tão aliciantes que não resistimos e... olha lá voltamos ao mesmo problema.

“Somos feitos da mesma matéria que os nossos sonhos”
                                                        William Shakespeare











INÊS RODRIGUES, 11º A

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A vida é uma incógnita, hoje estás aqui, amanhã podes ficar doente, ou cair-te um piano em cima quando fores a andar na rua. Ainda há pessoas que atiram pianos pela janela, sabias?
Margarida Rebelo Pinto


Todos aqueles que têm consciência e que, por sua vez, a usam da forma mais saudável não fazem planos. Ou se fazem, não a longo prazo, algo mais breve do que o próximo mês, algo de um ou dois dias.
Fazer planos é como se fossemos donos do mundo e que [pressupondo que] tudo corre de acordo com a nossa vontade. Mas, na realidade, nada é assim. Nada é como o suposto, até um possível encontro de amigos. E se esse amigo mudou quanto ao seu aspecto físico e nós não temos o conhecimento disso? Todas as nossas “quase certezas” quanto à imagem do outro são derrubadas só por uma mudança não significativa. Ou ter a noção de sabermos tudo de algo ou alguém é uma sensação horrível. É possuir o conhecimento absoluto em relação ao objecto.
O querer conhecer é algo que nos faz desejar estar vivos.
É o que nos faz querer acordar de manhã e sair de casa. É querer fazer aquilo que se gosta, é ir fazer meias ou ir apresentar um programa para qualquer estação televisiva, é acreditar que se vive por alguma razão, é confiar naqueles que nos são mais próximos. É isso que nos faz querer viver, faz querer ser vivo. Viver é amar, é gostar, confiar, acreditar, querer. É ter como objectivo o futuro e a felicidade.
Viver é muito mais que existir. Viver é dizer que sim e não. Viver é sentir. Viver é o período de tempo desde o nascimento até à morte. Há uma sorte imensa só por se viver, é como uma dádiva e há que o saber fazer da melhor forma. Porque não sei se há, mas é como se algo houvesse, talvez uma força, que nos faz acreditar que a vida é hoje uma coisa e amanhã pode ser totalmente o oposto.
A vida é o imprevisto e, por vezes, algo que ocorre, que nos faz reflectir, como se pusesse à prova se realmente vivemos porque, afinal, viver é muito mais do que existir.
Viver é usar a razão e a noção que nada é garantido, nem a nossa própria vida. Mas, viver também é sentir.




DIANA MEIRA, 11ºA

REcriar

 

One and Only
 
You've been on my mind,
I grow fonder every day,
Lose myself in time,
Just thinking of your face,
God only knows why it's taken me so long to let my doubts go,
You're the only one that I want,
I don't know why I'm scared,
I've been here before,
Every feeling, every word,
I've imagined it all,
You'll never know if you never try,
To forgive your past and simply be mine,
I dare you to let me be your, your one and only,
Promise I'm worth it,
To hold in your arms,
So come on and give me a chance,
To prove I am the one who can walk that mile,
Until the end starts,
If I've been on your mind,
You hang on every word I say,
Lose yourself in time,
At the mention of my name,
Will I ever know how it feels to hold you close,
And have you tell me whichever road I choose, you'll go?
I don't know why I'm scared,
'Cause I've been here before,
Every feeling, every word,
I've imagined it all,
You'll never know if you never try,
To forgive your past and simply be mine
I dare you to let me be your, your one and only,
I promise I'm worth it, mmm,
To hold in your arms,
So come on and give me a chance,
To prove I am the one who can walk that mile,
Until the end starts,
I know it ain't easy giving up your heart,
I know it ain't easy giving up your heart,
Nobody's pefect,
(I know it ain't easy giving up your heart),
Trust me I've learned it,
Nobody's pefect,
(I know it ain't easy giving up your heart),
Trust me I've learned it,
Nobody's pefect,
(I know it ain't easy giving up your heart),
Trust me I've learned it,
Nobody's pefect,
(I know it ain't easy giving up your heart),
Trust me I've learned it,
So I dare you to let me be your, your one and only,
I promise I'm worth it,
To hold in your arms,
So come on and give me a chance,
To prove I am the one who can walk that mile,
Until the end starts,
Come on and give me a chance,
To prove I am the one who can walk that mile,
Until the end starts.
                                                          ADELE




Mais uma vez, pensei que eras como as outras, aquelas que se derretem quando uma mensagem carinhosa, bonita, lhes é enviada. Mensagens que dizem exactamente aquilo que elas gostam e querem ouvir. Aquelas que nunca vejo acompanhadas pelo seu namorado...vivem apenas uma relação pela internet, por mensagens... até podem ter razões para isso mas, será isso, realmente, uma relação?
Pensei. Pensei que fosses como elas, mas enganei-me. Apercebi-me que és diferente, embora também gostes de receber uma mensagem minha, nem que seja para dizer que te amo, o quanto te amo! Claro que gostas...é sempre bom "ouvir" isso! Mais do que dizer por mensagem, gostas que te diga pessoalmente. Aliás, preferes!
Mas, por vezes, não te compreendo, isto é, ainda não compreendo. Tenho que mudar para o conseguir e adaptar-me, assim, à tua maneira de ser que, até agora, era, em grande parte, desconhecida por mim.
Talvez ainda não te conheça bem...
Talvez deva pedir "ajuda" a quem te conhece...
Talvez...
E é por isto, por estes "aindas" e "talvez", que existem aquelas pequenas discussões que, apesar de serem desentendimentos, me ajudam a compreender-te melhor e, assim, ir chegando a quem realmente és. Realmente és diferente das outras. São estas diferenças que eu gosto. Claro que nem tudo em ti é perfeito, não gosto de algumas coisas em ti, mas não podemos pedir a perfeição se nós próprios não somos perfeitos...
Se tu nunca me disseste aquilo que gostas e o que não gostas, se nunca me disseste como queres que a nossa relação seja, se nunca disseste se queres mais acções ou mais palavras...Como queres que eu saiba isso tudo? Eu não sou bruxo, tu não tens manual de instruções...não posso saber aquilo que queres se não mo disseres!
Mas, tudo isto é normal! Um namoro não é feito apenas de rosas e coisas bonitas, não são só momentos de alegria... no início, principalmente, é preciso que as duas partes se comecem a conhecer para que, daí para a frente, estas discussões deixem de acontecer e possamos dar importância àquilo que tem realmente importância.
Como vês, não somos excepção à regra!


"Contigo, delineando o futuro"




PEDRO MIGUEL, 11ºA