sábado, 4 de outubro de 2014

Chuva


um apontamento interior...


Vejo a rua preencher-se pelo dilúvio que varre toda a manifestação de existência. Afogo o fulgor do quente respirar nas profundas água da mágoa, do horror, do sossego de uma oculta satisfação de, através da caneta, revelar nestas folhas o que nem com toda a água do mar se perderá. É graças a esta destruição que consigo revelar a mim mesmo o que a alegria espontânea ofusca constantemente. Por detrás de um húmido e sorridente olhar, resguardam-se as sensações e incertezas, do porquê de sorrir sem feliz estar, de saber sem provar; de o mundo ser um eu e não um lugar.  É toda esta solidão e falta de emoção que me permite viver num mundo maior que toda a encenação chamada realidade.Ignorar este “mais que eu” para fins de autoconservação obriga a que nos submetamos à própria ignorância que em nós geramos, quando o que devemos aprender é a superar esta limitação humana de apenas a tristeza nos trazer os raciocínios de que mais nos orgulhamos.   José Sendim, 12º C  

1 comentário:

Fátima Inácio Gomes disse...



Parece que a Chuva Oblíqua do Pessoa deu frutos :)