Este é um espaço para os meus alunos de Português... os que o são, os que o foram... os alunos da Escola Secundária de Barcelos... (e seus amigos que, se "vierem por bem", serão muito bem recebidos!)... Poderá vir a ser um ponto de encontro, onde a palavra escrita imperará, em liberdade, criativamente, para além das limitações da sala de aula, porque acreditamos que escrever não é "um acto inútil"... inútil é calar.
sábado, 5 de dezembro de 2009
Quando é que o cativeiro
Quando é que o cativeiro
Acabará em mim,
E, próprio dianteiro,
Avançarei enfim?
Quando é que me desato
Dos laços que me dei?
Quando serei um facto?
Quando é que me serei?
Quando, ao virar da esquina
De qualquer dia meu,
Me acharei alma digna
Da alma que Deus me deu?
Quando é que será quando?
Não sei. E até então
Viverei perguntando:
Perguntarei em vão.
Fernando Pessoa
Este poema escolheu-me visto que os pensamentos nele presentes se relacionam comigo mesmo. Ao longo da minha adolescência, sempre tive a sensação de me sentir fechado, limitado a regras e regulamentos, esperando sempre poder ser mais e melhor no futuro. Pois!? Mas esse futuro é apenas uma imaginação, somos nós que o construímos dia-a-dia com os nossos actos e pensamentos.
Pessoa, no poema, sente-se preso, até um pouco revoltado, com a ideia de não conseguir atingir algo mais além. Eu, tal como Pessoa, sinto-me confuso, fazendo perguntas ao mundo, “Quando o serei?”, “Quando é que serei o que as outras pessoas querem que eu seja?”, será que estou pronto para me tornar em adulto e me desfazer dos tão importantes laços que tenho, quer com a minha família, quer com os meus amigos? A ideia de perder pessoas importantes deixa-me devastado, e se crescer implica perder, então não quero crescer.
Este poema fez-me pensar e ver que devemos lutar pelos nossos objectivos, e fazer o possível para os realizar.
NÃO “Perguntarei em vão”.
Carlos Silva nº6 12ºC
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1 comentário:
Gostei da perspectiva que assumiste, mas poderias ter ido tão mais longe!...
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