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Hoje de manhã saí muito cedo,
Por ter acordado ainda mais cedo
E não ter nada que quisesse fazer.
Não sabia que caminho tomar
Mas o vento soprava forte, varria para um lado,
E segui o caminho para onde o vento me soprava nas costas.
Assim tem sido sempre a minha vida, e
Assim quero que possa ser sempre
Vou onde o vento me leva e não me
Sinto pensar.
Alberto Caeiro
Este poema escolheu-me no sentido em que há alturas em que a única solução é seguir o caminho do vento, na esperança que ele mude de rumo, deixar o vento bater nas costas, deixarmo-nos levar onde ele quer e aonde o pensamento não chega.
A falta de sentido de orientação do autor mostra, no meu entender, o quanto ele está desanimado com a sua vida, viaja sem destino, parte rumo à aventura, ao desconhecido, para deixar para trás os problemas e esquecer, na esperança que se liberte dessa prisão que era a sua vida.
O autor revela que quer continuar a seguir caminho do vento sem pensar, dando a ideia de liberdade, o autor espera que este caminho lhe traga a liberdade que sempre ansiou.
Mas há que recordar bem que o pessimista queixa-se do vento, o optimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas.
Ricardo 12ºC
1 comentário:
A ideia base que expressas, aquela que te atraiu no poema, é positiva. A ideia final, confirma-o.
Contudo, não percebeste a acepção da "falta de sentido de orientação" do poeta. Caeiro não está desorientado, muito menos desanimado (só se fosse de noite :D e nem aí seria muito)... ele, apenas, não se consome com os caminhos a seguir: caminha.
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