sábado, 5 de dezembro de 2009

Esta Espécie de Loucura






Esta espécie de loucura
Que é pouco chamar talento
E que brilha em mim, na escura
Confusão do pensamento,

Não me traz felicidade;
Porque, enfim, sempre haverá
Sol ou sombra na cidade.
Mas em mim não sei o que há.



Fernando Pessoa



Este poema escolheu-me pois leva-me a pensar na loucura do Homem, na loucura da mente de um jovem, de uma pessoa como eu, que não possui limites quando sonha. Mas a mente, pode também entrar em conflito que reflecte em sentimentos como medo, tristeza, depressão e até loucura, como Pessoa diz no Poema :“confusão de pensamento,”.
A ‘loucura’ é o sentimento mais profundo neste poema, e poucas vezes é entendido por mim e por outras pessoas, certamente.
Bem, muitas vezes entramos em conflitos com nossos desejos ou com o rumo da nossa vida. São aqueles momentos em que devemos parar, reflectir e analisar nossos actos, para então seguirmos em frente. Devemos ser nossos próprios terapeutas e tocar no que nos vai no interior da nossa alma, abrir o coração e seguir o nosso caminho sem temer, sem olhar para trás, para entender o que há dentro de nós.
Este poema parece-me ser inacabado, pois Pessoa reflecte sobre si, mas não conclui o que se passa com ele, não é infeliz porque, segundo ele, uma ponta de felicidade sempre haverá (???).
Um pouco como me acontece a mim às vezes, que dou por mim sem rumo, e sentindo-me um bocado “louco” à maneira de Pessoa, mas nunca inteiramente infeliz, pois felicidade há sempre, e lá sempre consigo encontrar um rumo que se ajuste a mim.
Também, às vezes, sei que tenho algo dentro de mim que não sei explicar ao certo o que é, mas certamente sei que nunca nenhuma infelicidade me vai conseguir fazer infeliz de todo, pois, ao contrário de Pessoa, “esta espécie de loucura” que vive em mim faz de mim um pessoa ainda mais feliz.



Luis Francisco Neves Pereira, Nº 15, 12ºC

1 comentário:

Fátima Inácio Gomes disse...

Particularmente, gostei da escolha do poema. Há alguns aspectos que poderemos discutir, posteriormente. De todo o modo, boa análise :)