sexta-feira, 7 de março de 2008

...

Cru como me saiu... sem qualquer tratamento...


3palmos à frente do meu braço
sempre, sempre...
longe como o cio dos cães fartos
de travos a esperança dos homens
solitários ou pior...
Sozinhos, perdidos entre as irís
tão numerosas como as rugas
das montanhas meninas
num mundo podre
de velho
de seco...
viscoso e verde e voraz
e pantanoso à potência de quem faz
feridas em pele alheia
abissais como as folhas de palmeira
que há muito presenciam
o deturpar das efémeras inocências
já há muito condenadas pelos avós
dos que fomentam perdas de consciência
onde o álcool sempre presente é ubíquo
potente e ridículo
e o soberano
do qual assenta o pináculo
nas mortes dos pardais que labutavam
por cravar melodias em ventos secos
desprovidos de tantas
sei lá, efervescências
porque belos são os rios de sangue
onde borbulham dores
deleites, secos, banhados
em leite de mula como belezas de antigamente
porque é pena como foi não o ser sempre
quando palhas e penedos
Imperavam sobre os rochedos
molhados, palpitantes, de carne
onde fluem rios e não espíritos
nem almas
pena...
o que eu não dava para que todos fossem amados
como eu me amo, como amo a ilusão na qual desde sempre alguém me ama...
gotas, chove nesta folha
mas não há chuva no telhado
secas repousam as telheiras
como há pouco o faziam minhas bochechas...

2 comentários:

Cláudia Amorim disse...

ímpetos...
já me obrigaram a escrever no braço

*continuai a postar
não me recuseis tal pedido...
:p

Scorpionster disse...

no braço não, mas paredes sim...