Pois bem existe muita coisa que me preocupa, mas com o
passar do tempo apercebi-me que há algo que me tem tirado o sono… EU. O que me
preocupa é eu mesma.
Ai a crise, ai a falsidade, ai o amor, ai a amizade, ai a escola… tantos
“ais” que nos deixam desorientados, pois ocupam um papel importante na nossa
vida.
Mas quem é o “agente” que interfere em todos eles?
Estamos aqui a falar de uma entidade de elevada complexidade, podendo até
ser denominado de "senhor da complexidade": o ser humano.
Eu sou o meu
maior problema. Pode parecer esquisito estar a falar de mim, parecendo que me estou a
referir a outra pessoa, mas pensem comigo, quem é que me conhece melhor do que
eu própria? Quem melhor que eu sabe algo sobre o que penso e quero?
Ninguém melhor do que eu para falar sobre mim.
Tenho medo. Tenho medo de não ser capaz de não
conseguir atingir os objetivos que quero e o facto de estes dependerem apenas
de mim ainda mais aflita me deixa. Em todos os “ais” que referi há bocado eu
estou presente em todos eles, como se cada um fosse uma novela diferente e eu
fizesse parte do elenco de todas elas, e em algumas delas sou mesmo a personagem
principal, a única diferença é que uma novela não passa de mera ficção e tudo
o que foi referido há pouco como a falsidade, o amor, a amizade, entre outras, é
pura realidade e dela não podemos fugir. É assustadora a importância que cada um
de nós tem na sociedade, embora, muitas vezes, pareça que não passamos apenas de
seres andantes que, por vezes, demonstram certas expressões, a verdade é que eu,
tu, o teu pai, a tua mãe, seja quem for é essencial e, em geral, só reparamos
nisso pelas piores razões.
Eu, na gramática do
português, é designado como um pronome pessoal e na psicologia, centro da
personalidade. É exatamente isto, eu sou o centro de mim, tenho tudo o que me faz
bem e mal nesse centro, tudo que devo ou não fazer, tudo que devo ou não dizer,
e como eu estou aqui para vos explicar o que realmente me preocupa é isso mesmo
que eu vou fazer.
Preocupa-me a maneira como lido com os meus pais,
preocupa-me o meu desinteresse por certos assuntos que tenho consciência que
são relevantes, preocupa-me a forma como eu me relaciono com certas pessoas que
sei que só me fazem bem e gostam de mim e que, por alguma razão, não lhes dou o
valor que elas merecem, preocupa-me o facto de eu ter tanto medo de sofrer e,
por isso, acabar por me defender demais, preocupa-me o futuro e, talvez por isso,
ter medo de avançar, preocupa-me o facto de saber que pessoas de quem eu gosto
não vão estar sempre aqui e que irei ficar “desprotegida”, preocupa-me não
conseguir confiar inteiramente nas pessoas por saber o que o ser humano é capaz
de fazer e, daí, preocupa-me também a minha (?) e a futilidade e frieza das outras
pessoas em lidar uns com os outros… Porque é que somos assim? E porque é que eu
sou assim? Isto preocupa-me. Isto e muito mais que eu poderia aqui citar, mas
só o simples facto de ter a noção que existe muita mais coisa que eu poderia
aqui falar já me preocupa.
Tenho plena consciência que existem outros assuntos
que eu poderia mencionar, assuntos mais globais, mas quem sou eu para abordar
outros temas, sabendo que antes de tudo isto o meu maior problema sou eu? Só
estaria a tentar escapar, culpando os “outros”, tornando a minha vida mais fácil ao não me culpar a mim mesma pelo que me tem aborrecido e preocupado.
Apesar de tudo
isto parecer um drama com tantas preocupações, eu sou feliz. Aliás eu sou tão
feliz que até começo a preocupar-me... é claro que agora estou a engrandecer (?exagerar?), mas
sim continuarei a fazer os possíveis para ser feliz, ultrapassando estas minhas
grandes preocupações que, à vista de terceiros, podem parecer insignificantes,
reformulando alguns “programas” que ficaram incompletos (?), mas sobretudo, continuarei
a ser eu, e com isto espero que quem leia este texto comece a valorizar-se mais.
Não só pelo que fez, mas pelo que tem feito e pelo que pode vir a fazer, porque em
7 biliões de pessoas existentes no mundo cada um de nós está lá e somos um, neste
número gigante, daí termos obrigação de fazermos algo por ele deixando, pelo menos,
uma marca nossa. Antes de se preocuparem com outras pessoas e outros assuntos
preocupem-se convosco, porque acreditem que não há nada mais importante do que
sabermos quem realmente somos e o que queremos para nós!
Não sou egoísta. Apenas valorizo a única pessoa do mundo em quem eu posso confiar: eu mesmo.
Blair Waldorf
Inês Rodrigues, 11º A
1 comentário:
gosto, inesita :)
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