quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Pedras no caminho?




Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
Mas não esqueço que a minha vida é a maior empresa do mundo.
E posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os
Desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar ed ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis
No recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo…

Fernando Pessoa



De toda a poesia pessoana, este poema foi, sem dúvida, aquele que mais me cativou e me fez “intelectualizar o sentir”! Com uma linguagem simples e acessível, mas muito expressiva, Pessoa conseguiu redigir tudo aquilo que eu, e a maioria das pessoas, pensamos a cerca da vida! É um poema com uma suavidade única e indescritível, que proporciona ao leitor um enorme prazer de leitura! E, ao contrário do que Pessoa gostaria, este poema leva-nos a “sentir com o coração”! É um poema que nos faz reflectir imenso a nossa forma de viver…e nos dá garra e força para enfrentar cada dia que passa!
Neste poema, Pessoa contradiz um pouco a sua filosofia…pois, no 10ºverso, refere “Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.”… Algo que não é praticado por ele, pois o próprio Pessoa foge a esta temática do sentir, por isso mesmo é que o seu amor por Ophélia foi em vão! Transmite ainda uma certa esperança e alento para nunca desistirmos de viver! Evocando-nos muito a ideia de “ ser feliz”! Nos últimos versos demonstra-nos ainda a ideia de que os obstáculos, são uma forma de seguirmos em frente e de “ir mais além”!



Bárbara Santos, 12ºA

6 comentários:

Fátima Inácio Gomes disse...

Ora cá temos a primeira participante! :D
E a Bárbara mostrou como se deve fazer... um comentário pessoal, radicado nas próprias impressões, mas não excusando o uso dos conhecimentos sobre o autor em causa. Muito bem! :)

Vitorugo disse...

Confesso que já conhcia esta famosa obra do nosso "amigo" Fernado... Da primeira vez que o li, nunca pensei que fosse uma obra de um escritor como Fernando Pessoa... :)-

Agora, tambem temos de admitir que a apresentação oficial da Barbara tambem foi muito bem feita...

So me resta uma pequena questão para a professora:

"onde está o castelo do Fernando Pessoa? E que a professora ja deu a entender que a vida deste conceituado escritor não foi facil, portanto deve-se ver ao longe... lol

Estava a brincar... Axo esta frase muito boa mesmo... Um modelo a seguir por todos nós...


Parabens...

Fátima Inácio Gomes disse...

O meu caro Vítor e as suas "provocações" à "professorinha"... mas se há que me dá gosto são mentes argutas, inquisitivas ;-)

Quanto ao "castelo"... meu lindo, estamos a olhar para ele todos os dias, gigantesco, grandioso, esmagador! A sua obra ímpar!

Vitorugo disse...

Sim, lá isso é verdade... Que já tinha-mos ouvido falar do Pessoa, lá isso já tinhamos, mas só tmos uma dimensão das coisas, quando decidimos conhecer. Na ultima pesquisa que fiz, até fique de boca aberta e pensei que era algum erro no site, mas só depois vi que era verdade... Como é que alguem que só vive 47 anos, dos quais, se podem excluir uns 15 para formação e aprendizagem pode ter criado mais de 70 heterónimos, pseudónimos e semi-heterónimo?
Será que ele vivia realmente? Que coisa impressionante...

Pegando um pouco na escolha da Barbara, foi preciso uma grande gerência para que a "empresa" de Fernando Pessoa não fosse á falencia... Muito pelo contrário. Que tenha chegado até aos nossos dias com toda a sua riqueza.
;D

Fátima Inácio Gomes disse...

:D que belíssima imagem essa da gerência, Vítor! É isso mesmo!

O que acabaste de dizer vem ao encontro daquilo que eu referia relativamente ao "alcoolismo" do poeta, que muitos gostam de alegar. Como é possível que alguém que se embriagasse poderia trabalhar tanto e trabalhar tão nem, com tanta lucidez!

Anónimo disse...

Pessoa era mais o ópio (herege)eheh