Este é um espaço para os meus alunos de Português... os que o são, os que o foram... os alunos da Escola Secundária de Barcelos... (e seus amigos que, se "vierem por bem", serão muito bem recebidos!)... Poderá vir a ser um ponto de encontro, onde a palavra escrita imperará, em liberdade, criativamente, para além das limitações da sala de aula, porque acreditamos que escrever não é "um acto inútil"... inútil é calar.
domingo, 14 de janeiro de 2007
O D. Sebastião que Há em Nós
Mais um texto argumentativo, desta feita, do 10ºA! Pronunciem-se, força!
Ainda à espera de D.Sebastião... os Portugueses, desde Alcácer Quibir, estagnaram no seu modo de ser. Ou será que não?! Seremos o mesmo povo, corajoso e aventureiro, que se lançou ao desconhecido, por mares nunca dantes navegados e que, cordialmente, estabeleceu boas relações com variadíssimos povos?
Olhando para o meu vizinho do lado, que num dos seus passeios dominicais, assa sardinhas numa das áreas protegidas da costa portuguesa, deixando a sua imagem de marca nos sacos de lixo espalhados, não reconheço nele os ancestrais portugueses que deixaram padrões como marcas da sua presença. Os Portugueses vulgarizaram-se, perderam o brilho de outrora. Encolhem-se, embasbacados, face ao que vem de fora e não se dão o devido valor. Os Portugueses caíram no pessimismo, perderam a auto-estima e guardam como memória gloriosa, mas rançosa, os feitos de outros tempos. Esperam. Esperam que algo ou alguém os venha resgatar deste marasmo. Mas a mudança não virá de fora. A mudança começa em nós.
Os Portugueses são um povo criativo, de valor, hospitaleiro na relação com os outros, trabalhador reconhecido no estrangeiro. Basta que esqueça os seus complexos para poder crescer. Nós ainda somos, afinal, o mesmo povo corajoso e aventureiro, virtuososo. Não podemos é continuar à espera de D.Sebastião.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
Concordo em muitos aspectos e discordo em alguns.
Na minha opinião o texto está muito bem escrito, apresentando um pequenino erro num dos primeiros argumentos... tenham presente que os portugueses não estabeleciam relações cordiais com nenhum povo...escravizaram alguns desses povos e para adverti-los de que eram uma nação forte penduravam homens, em mastros, de cabeça para baixo e cortavam-nos ao meio, assustando qualquer um que estivesse a ver (e acreditem - eram espectáculos que ninguém perdia!)...
De todas as maneiras entendo a vossa perspectiva, e concordo... o que é feito do orgulho português?
Porque, apesar de Portugal, em relação à UE ter uma das maiores taxas de mortalidade infantil, ter uma das taxas de nível de instrução mais reduzidas, a menor taxa de esperança media de vida, entre outras(ainda mais flagrantes) - as quais não vou gastar caracteres a referir - qualquer estrangeiro que venha a Portugal diz sempre "oh yeah! portuguese people, they're very friendly and they're nice...", por isso... porque continua o povo português a censurar-se, quando faz parte de um país cheio de beleza para descobrir, dotado de uma História imensa?
Lili
10ºG
Então... e não são cordiais?!?!?! eheheh
Obviamente não deixa de ser uma visão romantizada que o Português sempre gostou de alimentar... contudo, comparando com outros povos colonizadores, os portugueses foram, de facto, os mais brandos. Nunca a política de miscigenação foi tão longe! A barbárie nacional nunca chegou (e isso é mtivo de orgulho) tão longe como a dos espanhóis, ingleses e japonese! Basta olhar para Timor, para Macau. Apesar dos erros, fruto da própria crise política do nosso país, Portugal era respeitado e considerado como povo amigo! ;)
Eu concordo integralmente com as duas senhoras da literatura que exprimiram a sua opinião antes de mim. De facto, o povo português é um povo de sucessos e de fracassos, como qualquer um...mas neste momento, é na verdade, de fracasso... No texto que a nossa turma,em conjunto, elaborou, deu para verificar que o estereótipo do Zé Povinho é o do Chico Esperto que se safa sempre de boa!! Mas não podemos generalizar, e é essa a mensagem que nós,turma, pretendemos passar para o leitor. Há que mudar essa imagem negativa, porque, além de hospitaleiros, estamos dotados de outras capacidades, de outras mentalidades... Na verdade, o que falta ao povo português é atitude. Os portugueses ainda continuam à espera que D. Sebastião apareça, numa manhã de nevoeiro, para nos salvar...
Bravo, Pedro,belo comentário! Muito bem estruturado! :D Aparece mais! ;)
Enviar um comentário