terça-feira, 5 de julho de 2011

da Poesia...



A poesia é, ao mesmo tempo, um esconderijo e um altifalante.


Nadine Gordimer


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Porque será a poesia tão versátil?
Sinceramente, acho esta pergunta fascinante, não pelo conjunto de seis palavras e um ponto de interrogação, mas pela infinidade de palavras e reticências que nos tentam dar a resposta.
Na poesia tudo está correcto. Não há um estilo a seguir… por outras palavras, um modelo a seguir! A poesia não são apenas versos…
Os versos são as ruas onde nos escondemos do mundo, num lugar deveras recôndito da sociedade! Os versos são fragmentos de alma a tinta no papel. A tinta só minha, onde escrevo sobre o que sinto. É, portanto, uma forma de fugir dos outros e encontrar nas palavras o esconderijo para que não me encontrem, para passar o tempo. Faço das palavras a sólida concha que me protege do outros seres. Uma forma de encontrar conforto e partilhar um pouco de mim comigo mesma.

Mas, ao invés do acima escrito, das palavras se fazem versos… os versos de um hino! Os versos não apenas escritos, mas também os que ecoam até aos confins do cosmos! Uma forma de nos revelarmos, de sermos ouvidos. Não rebeldes, mas revoltados… ou apenas gritar por paz, chamar-te “meu amor”, implorar aos deuses que me abençoem se a vida é infortuna. Assim como a música, no dia 25 de Abril de 1974, chamou militares à rua!
Retorno à questão inicial… talvez seja versátil porque cada ser sente de forma diferente, o que faz da poesia, não um texto, mas sim fragmentos de cada um de nós… único e especial. 



Catarina, 10ºA

3 comentários:

Fátima Inácio Gomes disse...

Texto de um teste. Tão bom!...
:)

Tigre Branco disse...

Belíssimo texto!!! há quem diga:"palavras leva-as o vento"mas...o vento não leva todas,algumas são tão pesadas que ficam para sempre agarradas ás paredes da nossa alma...R.M.Cruz"

Anónimo disse...

Obrigada c:
É sempre bom caminhar pelo "limiar das palavras"...
Catarina Ribeiro