Trata-se de um soneto, como era apanágio da autora, Florbela Espanca:
Languidez
Tardes da minha terra, doce encanto,
Tardes duma pureza de açucenas,
Tardes de sonho, as tardes de novenas,
Tardes de Portugal, as tardes d’Anto,
Tardes duma pureza de açucenas,
Tardes de sonho, as tardes de novenas,
Tardes de Portugal, as tardes d’Anto,
Como eu vos quero e amo! Tanto! Tanto!…
Horas benditas, leves como penas,
Horas de fumo e cinza, horas serenas,
Minhas horas de dor em que eu sou santo!
Horas benditas, leves como penas,
Horas de fumo e cinza, horas serenas,
Minhas horas de dor em que eu sou santo!
Fecho as pálpebras roxas, quase pretas,
Que poisam sobre duas violetas,
Asas leves cansadas de voar…
Que poisam sobre duas violetas,
Asas leves cansadas de voar…
E a minha boca tem uns beijos mudos…
E as minhas mãos, uns pálidos veludos,
Traçam gestos de sonho pelo ar…
Traçam gestos de sonho pelo ar…
Aqui fica um pouco da vida e obra da autora:
http://www.vidaslusofonas.pt/florbela_espanca.htm
A palavra da próxima semana, para acabar o ciclo dos quatro elementos: AR
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