domingo, 9 de maio de 2010

Love 4 a Lifetime



Esta imagem escolheu-me tanto quanto podia ter escolhido outro alguém, mas a mim captou-me pela sua beleza e pela presença de uma certa aura de “misticidade”. No momento em que a vi, lembrei-me de uma aula de Português (não é para a graxa) em que a professora de Português tinha uma imagem de fundo que tinha uma frase que, para mim, é memorável: “...como a estrada começa” e explicou que a frase era mesmo “ama como a estrada começa...” e esta imagem representa, na minha opinião, isso mesmo: o amor que uma pessoa tem na vida. 
O amor não se trata de campos de rosas com borboletas a sair pelo entre as flores. Também se trata de muitos maus e difíceis momentos, de alturas em que sentimos que esse amor não existe, ou que esse mesmo amor não é retribuído de maneira justa. Nesta fotografia, tudo isso está representado duma maneira sublime: as sombras retratando os momentos difíceis, os raios de sol que brilham com toda a intensidade e que beijam o nosso caminho, retratando os momentos mais felizes. Embora nesta imagem existam mais sombras do que luz, não significa que haja mais momentos infelizes do que felizes, mas o amor de uma vida tem muitas, como os ingleses dizem “twists and turns”, muitas curvas e contra-curvas, esporadicamente banhadas por felicidade e alegria mútua... 
Tem de ser tratado suavemente e com carinho ao longo do tempo, não deixando à margem o mais pequeno detalhe.




João Nunes, 12º C

1 comentário:

Fátima Inácio Gomes disse...

Que bom que o verso do Cesariny te tocou... é sempre um momento feliz quando somos tocados pela beleza das palavras e dos pensamentos.
O teu texto, que me encantou pela sua honestidade e sensibilidade, fez-me recordar outro pensamento, que "carrego" sempre como "lema" (os meus antigos alunos o conhecerão": é da sombra que se vislumbra a luz.
Este pensamento nada tem de sombrio, como pode parecer à primeira vista: mostra, sim, que é na vivência da luz e da sombra, dos bons e dos maus momentos, que nós aprendemos a dar valor ao que de bom e belo temos na vida - se vivermos rodeados de luz, acabamos por a desvalorizar, mas que belo é um raio de sol que aparece depois de dias consecutivos de chuva! :)

Já agora, aquele é um verso único, do Mário Cesariny, que vale só por si, por tudo o que transmite. Mas partilho outro poema dele (e tão bom conhecer muitos, muitos)... que fala de amor e caminhos:


Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco