sábado, 12 de julho de 2008

Tempo...







Falámos de Tempo a propósito de Caeiro... a Clepsidra é um "medidor" do Tempo... já que fui desafiada, deixo aqui o resultado da minha parca inspiração de outros tempos...






E de novo me arremeto para a escrita
Sem origens, sem objectivos
Sem um passado, sem um futuro...
... tal como na vida.

O Passado?
Essa nebulosa instável
Entre lamento arrastado e alegria afável
Senhor sem reino neste mundo,
O seu mundo, tão longe,
Que mais vale não explorar...
Quem sabe os medos que dele
Podem despertar!

O Futuro?
O mais ingrato!
Que entre sonhos e necromancias
Nos ilude e atrai
Marionetas d’ignorâncias
Para o labirinto de uma Creta
Que já morta nos prende,
Perversamente discreta,
Ao irremediável passado
Que todo o futuro carrega
Como condenado.

O Presente?!?
Ah! Esse é o momento da vida!
Botão que luta entre a terra e o sol
Que é quas’Alfa e quas’ Omega
Tão quase que em cada entrega
De uma vida ao seu reino fugaz
É como Fénix que das cinzas se refaz.

E assim o Homem vai vivendo
Sua vida, malha que o Tempo

Vai tecendo.

4 comentários:

Scorpionster disse...

that wasn't so hard, was it? :)


gostei da dicotomia entre sonhos e necromancias,,,
passamos a vida agarrados(tentando, isto é...) ao que queremos ainda incerto e ao que queria-mos já morto, mas não tão morto como as ilusões nascidas dos nevoeiros onde nos imaginamos vivendo...

tá bom...

Cláudia Amorim disse...

vai de encontro à vossa opinião já apresentada (lá em baixo :p)
parece que vos vejo* e ouço durante todo o poema, mas destaco
"E de novo me arremeto para a escrita
Sem origens, sem objectivos
Sem um passado, sem um futuro...
... tal como na vida."
tão revelador de quem sois! ;)

bj

Cláudia Amorim disse...

*ah scorpionster, o prazer de não me ouvires a dizer esta palavra...grrr

Cláudia Amorim disse...

a foto !!! tem factum e punctum
bela