Eis um dos textos:
Vedes vós, meus
senhores e senhoras, pois não sou o único, aquelas pessoas ali que se fazem
passar por “santinhas”, mas quando se vai a ver elas mostram as suas garras e
nos prendem não com “unhas e dentes”, mas sim com “garras e dentes”.
O mesmo se passa com
este tal animal mitológico chamado de “pegasus”. Este anima com corpo de
cavalo, asas de falcão, um chifre na cabeça, parecido com um dos nossos
rinocerontes, e com uma das cores mais bonitas que conhecemos, a cor da paz. E
com todos estes caprichos e apetrechos que ele tem, à vista desarmada parece
ser manso e a sua beleza quase que rivaliza com a beleza da própria Deusa
Vénus. Mas atenção, parecer não é a mesma coisa que ser.
Este tal de “pegasus”
que vos falo utiliza as suas asas para sobrevoar a sua presa, com a sua visão
muito mais apurada do que a nossa observa todos os movimentos e com o seu tão
apurado olfacto, consegue farejar até a mais longínqua presa.
Agora, perguntais-me
vós, como é que este animal caça? De uma forma muito simples, ele chega-se
perto da sua presa, fingindo ser pacífico, coitada dela que “cai” por ver
apenas a sua cor, e quando se sentir confiante ataca e só a larga quando ela
estiver morta.
O mesmo acontece aqui
na terra, com estas tais pessoas vis. Só para que percebam, imaginai que uma
dessas pessoas se chega perto da vossa família, fazendo-se passar por um primo
afastado, e vocês veem que ele é uma boa pessoa e tal e aceitam-na na vossa
família. Passando um tempo após ela ter ganho a vossa confiança, ela
atacar-vos-á sem dó nem piedade, dependendo do seu motivo, que tanto pode ser
por dinheiro como por vingança.
É o que vos digo,
detesto pessoas falsas. Tudo o que tinha a dizer, já o disse, portanto já vos
podeis ir embora com este sermão dado por mim.
Ricardo Leite
Ricardo Leite
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