29/08/2013
Sol
dos tolos este, o de fim de Agosto. Todos sucumbem ao cansaço dos dias longos
para fingirem falta de entendimento.
Só
o homem do mar se mantém alerta, ouvindo, sobre a água calma, o crepitar das
florestas densas ardendo. Mas não há fogo em terra que o comova, porque a sua
chama ao mar pertence, onde moram os sonhos d’além e a procura constante de
nada.Mar de vigia perene que abafa as cinzas de outras eras. O homem que a ele pertence não pode dormir, pois que guarda a memória pesada de histórias afogadas, que nunca foram escritas ou contadas, por não lhes haver desfecho.
O homem do mar é toda a sua vida um homem de Setembro, de ouvido atento e peito regenerado.
De sentidos alerta para o recomeçar, porque o rebentar das ondas não dorme, nem amansa.
E todos os dias são dias de mar.
Nesiho, 2009
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