Revista Orpheu
A Revista Orpheu foi publicada em Portugal em 1915.
A revista Orpheu foi fundada em 1915 por Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro, e outros amigos, como Almada Negreiros e Luís de Montalvor, representa o marco inicial do Modernismo em Portugal.
A publicação revela nomes como Santa-Rita Pintor e Ângelo de Lima, poeta marginal internado num manicómio.
A revista pretendia ser trimestral, mas apenas foram publicados duas edições, em Março e Junho de 1915.
O terceiro número, apesar de preparado, não chegou a ser publicado.
Primeiro número - Março de 1915
No primeiro número desta revista colaboram Luís de Montalvor, Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa, Alfredo Pedro Guisado, Almada Negreiros, Armando Côrtes-Rodrigues, Álvaro de Campos e José Pacheco, o responsável pela direcção gráfica. No final da introdução a esta primeira edição, assinada pelo seu director Luís de Montalvor, o grupo manifesta o propósito de ir ao encontro de alguns desejos de bom gosto e refinados propósitos em arte que isoladamente vivem por aí, convictos de que a revista, pelo seu carácter inovador, revela um sinal de vida no ambiente literário português e o desejo, por parte do público leitor de selecção, de mostras de contentamento e de adesão para com este projecto literário. Se da parte dos leitores de selecção, esta primeira edição encontrou mostras de carinho e de contentamento, no público em geral causou grande escândalo e polémica. A revista abalou decididamente o ambiente literário português pela ousadia e vanguardismo dos textos que nela se reuiram. Foi, sem dúvida, um sinal de vida que rompeu com as tradições literárias e significou o advento do modernismo no nosso país. O próprio Pessoa, em carta a Armando Côrtes-Rodrigues, revela o sucesso da revista e o escândalo que esta provocou, nomeadamente pelo poema 16 de Mário de Sá-Carneiro e a Ode Triunfal de Álvaro de Campos.
Segundo número - Junho de 1915
Do segundo número da revista, dirigido por Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, constam textos de Ângelo de Lima, Mário de Sá-Carneiro, Raul Leal, Violante de Cysneiros, Luís de Montalvor, Fernando Pessoa e Álvaro de Campos. Esta edição conta ainda com a colaboração de Santa-Rita Pintor.
Terceiro número
O terceiro número da revista não passou, por falta de financiamento, da fase das provas de página. Para este número estavam previstos textos de Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa, Albino Menezes, Augusto Ferreira Gomes, Almada Negreiros e de Castello Moraes.
Para além da falta de dinheiro para a continuidade do projecto, o grupo do Orpheu em breve se vê desagregado, para o contribuiu a morte de Mário de Sá-Carneiro, em 1916, de Santa-Rita Pintor e de Amadeo de Souza-Cardoso, em 1918, e o afastamento de António Ferro.
(vou procurar artigos... não prometo nada...)
7 comentários:
yup. a minha mana estudou isso à um ano atrás, e eu estudei com ela!! loool.
Geração de Orpheu...dificilmente irrepetível. (citando a nossa prof Fátima Inácio Gomes)
Aproveito para deixar um poema de Fernando Pessoa, que foi adaptado para música por Mário Pacheco, dedicada à grande fadista portuguesa Mariza. :)
Há uma música do povo
Há uma música do povo,
Nem sei dizer se é um fado
Que ouvindo-a há um ritmo novo
No ser que tenho guardado...
Ouvindo-a sou quem seria
Se desejar fosse ser...
É uma simples melodia
Das que se aprendem a viver...
E ouço-a embalado e sozinho...
É isso mesmo que eu quis ...
Perdi a fé e o caminho...
Quem não fui é que é feliz.
Mas é tão consoladora
A vaga e triste canção ...
Que a minha alma já não chora
Nem eu tenho coração ...
Sou uma emoção estrangeira,
Um erro de sonho ido...
Canto de qualquer maneira
E acabo com um sentido!
Lili 10ºG
aproveita e passa no meu blog!
tu amas essa individua... é bom...
pá...acho que se justifica! :D
Oh que imensa alegria ver "coisas" vossas"! Até fiquei comovida! (é que vocês não conhecem, e ainda bem, o meu lado lamecha! :P )
À Lili... também de Pessoa é o Cavaleiro Monge http://www.youtube.com/watch?v=aENUg1Szvo0
Enquanto a essa "individua", do Bruno :D... sim, já passamos a fase do "fado, o cancro da vida"!!! Agora, deixa-nos muito orgulhosos... sem estar sós! ;)
Ao Bruno!.. Obrigada, pelo Orpheu! :D
Já agora, mais uma achega: a ideia inicial foi de Luís Montalvor, no Brasil, mas foram Pessoa e Mário de Sá-Carneiro que se entusiasmaram com o projecto e o evaram avante. Inicialmente, pensaram no título "Esfinge", depois, "Europa" (e tanto numa como noutra proposta é já visível quer a vertente enigmática quer a cosmopolita, próprias do Decadentismo e Modernismo, foi, novamente, Montalvor que propôs "Orpheu", porque pensara nesse nome para um poema seu.
Quanto à revista, Sá-Carneiro escrevera a Pessoa:"Claro que não será ma reista perdurável. Mas para MARCAR e AGITAR basta fazer sair uma meia dúzia de números", isto em 1913. A revista nasce em Março de 1915.
wow. que erro. i mean...dificilmente repetível'! :)
Eu percebi a intenção! ;)
intiresno muito, obrigado
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